O CRESPÚSCULO DO PÉ GRANDE
UM FILME DE DAVID ZELLNER E NATHAN ZELLNER
LEONEL MENAIA
Sasquatch Sunset leva-nos numa viagem empática por esta família de Pés Grandes e o ambiente que habitam, numa iminente ameaça de se tornar história de um dia para o outro. Apesar de afastar alguns espectadores com o seu absurdo, recompensa os mais fortes com uma inesperada componente dramática.
Sasquatch Sunset descreve um ano da vida de uma família de Pé Grandes enquanto procuram por outros seres da sua espécie. Podiamos ter aqui uma aventura repleta de ação, mas o filme está mais interassado nas suas vivências, de uma forma semelhante a um documentário da BBC Vida Selvagem. Acompanhamos-os enquanto satisfazem as suas necessidades fisiológicas e interagem com o ambiente à sua volta: comem frutas e cogumelos, constroem abrigos, interagem com a vida animal e… defecam e têm relações sexuais. O filme nunca se leva muito a sério e questionamo-nos se a comédia é intencional ou irónica, mas o que realmente dá valor ao filme é que mesmo depois de vermos estas personagens a interagirem da forma absurda com o seu ambiente, sentimos uma empatia inexplicável por elas. Esta humanização das personagens revela a forma fascinante como o ser humano cria empatia, mesmo por seres que não compreende. A natureza é filmada como se uma personagem se tratasse, com o foco na sua grandiosidade, inércia e mistério, sendo a sua tranquilidade impenetrável, mesmo pela brutidade dos Pés Grandes. Mas a ferramente destabilizadora é mesmo a influência humana, que destoa com a tranquilidade apresentada e leva a reações confusas e agressivas dos Pés Grandes, que vêm o seu meio ambiente ameaçado.
Sasquatch Sunset descreve um ano da vida de uma família de Pé Grandes enquanto procuram por outros seres da sua espécie. Podiamos ter aqui uma aventura repleta de ação, mas o filme está mais interassado nas suas vivências, de uma forma semelhante a um documentário da BBC Vida Selvagem. Acompanhamos-os enquanto satisfazem as suas necessidades fisiológicas e interagem com o ambiente à sua volta: comem frutas e cogumelos, constroem abrigos, interagem com a vida animal e… defecam e têm relações sexuais. O filme nunca se leva muito a sério e questionamo-nos se a comédia é intencional ou irónica, mas o que realmente dá valor ao filme é que mesmo depois de vermos estas personagens a interagirem da forma absurda com o seu ambiente, sentimos uma empatia inexplicável por elas. Esta humanização das personagens revela a forma fascinante como o ser humano cria empatia, mesmo por seres que não compreende. A natureza é filmada como se uma personagem se tratasse, com o foco na sua grandiosidade, inércia e mistério, sendo a sua tranquilidade impenetrável, mesmo pela brutidade dos Pés Grandes. Mas a ferramente destabilizadora é mesmo a influência humana, que destoa com a tranquilidade apresentada e leva a reações confusas e agressivas dos Pés Grandes, que vêm o seu meio ambiente ameaçado.